segunda-feira, 6 de outubro de 2008

No País da Mara Sop...


O gato fez uma careta, mas de bom humor. Mesmo assim, Alice achou prudente tratá-lo com respeito, pois era um gato de unhas muito compridas.

-Gatinho Careteiro!
Disse ela com timidez, não sabendo se o gato gostava que o chamassem assim. Vendo que não se zangava, aventurou-se a concluir a frase:

-PODE ME DIZER QUE CAMINHO DEVO TOMAR?

-ISSO DEPENDE DO LUGAR PARA ONDE QUER IR.
Respondeu com muito propósito o gato.

-NÃO TENHO DESTINO CERTO.

-NESSE CASO, QUALQUER CAMINHO SERVE.

-.SERVIRÁ SIM, SE O CAMINHO DER EM ALGUM LUGAR.
Disse Alice.

-QUALQUER COMINHO CONDUZ A ALGUM PONTO, SE VOCÊ ANDAR DEPRESSA E CHEGAR.
Disse o gato.

Alice logo viu que o felino era um animal de bom senso, nada parecido com o criado idiota. E fez outra pergunta.

-Diga-me, senhor gato, que espécie de gente é a que vive nestas paragens?

-Desse lado vive o Chapeleiro. Respondeu o gato apontando com a cauda para a esquerda.
-E desse outro lado vive a Lebre. Visite ao qual quizer, ambos são malucos.

-MAS EU NÃO GOSTO DE LIDAR COM GENTE MALUCA.
Disse Alice.

-ENTÃO ESTÁ LASCADA PORQUE AQUI TUDO É MALUCO. EU SOU MALUCO. VOCÊ É MALUCA.

-COMO SABE QUE SOU MALUCA?

-DEVE SER, DO CONTÁRIO NÃO ESTARIA AQUI.

-E você, como sabe que é maluco?

-Eu explico. Mas me diga antes, achas que cães são malucos?

-Suponho que não.

-Pois bem, os cães rosnam quando se zangam e mexem com a cauda quando estão felizes, não é assim?

Já eu, rosno quando estou feliz, e mexo com a cauda quando estou zangado. Consequentemente, sou maluco.

-Uma coisa é rosnar e outra é ronronar. Os cães rosnam, os gatos ronronam.

-Da no mesmo. E, mudando de assunto, vai jogar croquet com a Rainha?

-Gostaria muito, mas não fui convidada.

-Pois se for, lá me encontrará.

Disse o gato desaparecendo.

Nenhum comentário: