
O gato fez uma careta, mas de bom humor. Mesmo assim, Alice achou prudente tratá-lo com respeito, pois era um gato de unhas muito compridas.
-Gatinho Careteiro!
Disse ela com timidez, não sabendo se o gato gostava que o chamassem assim. Vendo que não se zangava, aventurou-se a concluir a frase:
-PODE ME DIZER QUE CAMINHO DEVO TOMAR?
-ISSO DEPENDE DO LUGAR PARA ONDE QUER IR.
Respondeu com muito propósito o gato.
-NÃO TENHO DESTINO CERTO.
-NESSE CASO, QUALQUER CAMINHO SERVE.
-.SERVIRÁ SIM, SE O CAMINHO DER EM ALGUM LUGAR.
Disse Alice.
-QUALQUER COMINHO CONDUZ A ALGUM PONTO, SE VOCÊ ANDAR DEPRESSA E CHEGAR.
Disse o gato.
Alice logo viu que o felino era um animal de bom senso, nada parecido com o criado idiota. E fez outra pergunta.
-Diga-me, senhor gato, que espécie de gente é a que vive nestas paragens?
-Desse lado vive o Chapeleiro. Respondeu o gato apontando com a cauda para a esquerda.
-E desse outro lado vive a Lebre. Visite ao qual quizer, ambos são malucos.
-MAS EU NÃO GOSTO DE LIDAR COM GENTE MALUCA.
Disse Alice.
-ENTÃO ESTÁ LASCADA PORQUE AQUI TUDO É MALUCO. EU SOU MALUCO. VOCÊ É MALUCA.
-COMO SABE QUE SOU MALUCA?
-DEVE SER, DO CONTÁRIO NÃO ESTARIA AQUI.
-E você, como sabe que é maluco?
-Eu explico. Mas me diga antes, achas que cães são malucos?
-Suponho que não.
-Pois bem, os cães rosnam quando se zangam e mexem com a cauda quando estão felizes, não é assim?
Já eu, rosno quando estou feliz, e mexo com a cauda quando estou zangado. Consequentemente, sou maluco.
-Uma coisa é rosnar e outra é ronronar. Os cães rosnam, os gatos ronronam.
-Da no mesmo. E, mudando de assunto, vai jogar croquet com a Rainha?
-Gostaria muito, mas não fui convidada.
-Pois se for, lá me encontrará.
Disse o gato desaparecendo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário